Artigo: 50 anos, muitos brindes para a UEM

Universidade faz parte da história de Maringá. Artigo da professora aposentada da UEM Tania Tait.

6 UEM 50 anos

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) é, sem dúvida, um patrimônio da cidade. Foi construída e mantida graças aos esforços de seus professores, funcionários e estudantes. Em sua trajetória, a universidade teve colaboração de alguns governantes, no entanto, em sua maioria, infelizmente, os governos estaduais sempre buscaram minar a evolução das nossas universidades estaduais.

UEM faz parte da minha história e, como eu, muitos estudantes sonhavam em passar no vestibular. Sou da turma de 1979. Como eu, também, muitos atuaram no movimento estudantil, tornaram-se professores e funcionários, militantes sindicais e participaram de cada mobilização e de cada conquista. 

Antes de ser estudante da UEM, eu já a conhecia, pois ouvia os fatos narrados pela minha tia, professora Maria Aparecida Tait, que era secretária do antigo Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Ficava encantada com a possibilidade de me tornar estudante ali. Fiz Processamento de Dados e Administração de Empresas. Ainda hoje ando por lá. Aposentada, continuo como coralista no Coro Feminino da UEM.

Quando a minha turma de Processamento de Dados (PD) resolveu se reunir para comemorar os 35 anos do curso, confirmei o quanto eu era ligada à UEM. O curso de PD foi criado em 1976. Com a turma, com ex-alunos vindos de vários Estados do Brasil, fizemos um tour pela universidade e assim fomos passando pelos espaços que ocupávamos quando estudantes.

Fiquei emocionada, como maringaense, ex-estudante e professora, ao mostrar para eles as novas construções, os novos jardins, a mudança de PD para Ciência da Computação e Informática e, ao mesmo tempo, relembrando nossa trajetória de estudantes. 

A UEM também me possibilitou combinar a parte tecnológica com a parte humana, o que culminou num pós-doutorado em História das Mulheres, impulsionado por minha militância no movimento feminista e por discutir a presença da mulher na tecnologia.

 

Mas, a UEM não é somente emoção pessoal. Ela está inserida na comunidade. Ao atuar no tripé ensino, pesquisa e extensão, contribui tanto para a formação de novos profissionais como para o desenvolvimento da região em que está situada, na sede e nos campus regionais.


Pude participar, um pouco, de perto, dessa inserção ao representar a UEM no Arranjo Produtivo Local de Software, no Conselho da Mulher, ao representar o Centro de Tecnologia no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, com o Museu do Computador, como secretária de Administração na Prefeitura de Maringá e na apresentação de nossas pesquisas em eventos (inter)nacionais.

Não é à toa que a UEM é detentora de pontos em estatísticas, tais como possuir o maior número de pesquisadoras, estar entre as melhores estaduais e entre as melhores do Brasil. Isso é resultado de trabalho sério e consistente, de esforço continuado com envolvimento de toda a comunidade universitária.

A pandemia mostrou, mais uma vez, o lado de integração da UEM com a comunidade, com a luta por atendimento adequado, aumento de leitos e de infraestrutura para atender pacientes de covid-19 no Hospital Universitário.

Mesmo com a tentativa de racionalizar, afinal, nem tudo são flores no mundo do trabalho, sou tomada por uma emoção muito grande. Emocionei-me ao cantar no aniversário dos 40 anos da UEM. É uma pena que, devido à pandemia, não possamos fazer uma grande festa para comemorar o aniversário dessa cinquentona, cuja vida se mistura com a vida da cidade. 

Hoje, quando passo em frente à universidade, falo para os netos com todo orgulho: essa é a Universidade Estadual de Maringá, onde estudei e trabalhei a vida toda. Agora, compreendo o orgulho dos meus avós e pais, quando mostravam os pontos da cidade em que trabalharam ou conheceram no início da formação de Maringá. 

A gente se mistura aos locais, como se nossos corpos e mentes permanecessem neles ao longo das nossas vidas. Assim, sorrio ao pensar na UEM e ao caminhar por suas passarelas. 


* Coordenadora da ONG Maria do Ingá Direitos da Mulher, Tania Tait é escritora e professora aposentada da UEM, com doutorado em Engenharia de Produção pela UFSC e pós-doutorado em História pela UEM. Seu mais recente livro é "As Mulheres na Luta Política" (2020).

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