• Crise nas universidades públicas do Paraná?

 

Luciano Gonsalves Costa
Por si só, o reconhecimento pela comunidade da boa qualidade das atividades desenvolvidas pela universidade não vem sendo o suficiente para justificar a necessidade da aplicação pelo Estado de mais recursos financeiros para que ela prossiga desempenhando bem sua missão de ensino, pesquisa, extensão e cultura.
E, sem dúvida que o aporte maior de verbas para o sistema educacional nunca será uma extravagância, pois mais recursos à disposição permitem melhorar infraestrutura, modernizar procedimentos administrativos, qualificar e remunerar melhor professores e técnicos, enfim, possibilita o estabelecimento de condições mais favoráveis às mudanças reivindicadas pela sociedade para a educação no País.

 Ainda, é igualmente compreensível a preocupação dos agentes públicos com a melhoria da qualidade tanto na aplicação como na administração do dinheiro público, até por que a sociedade tem sido cada vez mais exigente e atualmente está bastante vigilante a esse respeito.
Nesse contexto, diante das adversidades econômico-financeiras enfrentadas pelos Estados e pela Federação, ao mesmo tempo, não ignorando a cobrança por mais verbas públicas para a educação: onde é preciso melhorar a gestão educacional?
Na esfera da educação superior, certo ou errado, um exame da situação das universidades públicas revela problemas internos cuja solução parece depender de maior atenção do planejamento institucional, especialmente por elevarem os custos de manutenção institucional num ritmo acelerado em comparação ao da arrecadação tributária e ao de disponibilização dos recursos do tesouro para essas instituições.
São exemplos disso: 1) a tendência de dividir departamentos e de criar outros, que acarreta desperdício de recursos humanos e materiais; 2) a criação de campus/cursos sem a consolidação daqueles existentes ou recém-criados, porém não consolidados; 3) a subsistência de condições de trabalho inadequadas, inseguras e insalubres nas instituições, que implica no aumento dos custos trabalhistas; 4) a baixa proporção numérica estudantes/professor e o quantitativo elevado de professores celetistas; e, 5) a presença de duplicações e redundâncias de instalações e equipamentos, que pulveriza recursos e eleva a despesa com manutenção nas instituições.
Por outro lado, situações como a demora da reposição dos cargos originados por motivo de falecimento ou de aposentadoria (neste particular, não existe razão aceitável para que não sejam imediatamente autorizadas tais contratações!) ou o intercâmbio bastante restrito das Universidades com a sociedade civil, também são demandas que devem ser consideradas em meio ao debate sobre o financiamento público da educação superior no País.

 

Luciano Gonsalves Costa
Professor-doutor do Departamento de Física da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), presidente da Associação dos
Docentes da UEM (Aduem) e membro do Conselho
Integração Universidade/Comunidade

 

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